sexta-feira, 16 de julho de 2010

Possibilities.

As pessoas dizem que para amar, precisamos de tempo, convivência, conhecimento. Será mesmo ? Eu não concordo com tudo isso. Se tiver intensidade e verdade envolvidas, o amor é consequência. Apaixonar-se não pode ser simples ? Não pode ser com um olhar, um toque, uma palavra ? Amar também. Talvez pensem que estou banalizando o amor, por este ser o maior, o magnânimo dos sentimentos. Não, eu não menosprezo nem muito menos banalizo o amor, ao contrário, idolatro, respeito, admiro. Só não acho que sejam necessários certos requisitos que, aos olhos dos outros, são imprescindíveis para amar. Às vezes acho que, por pensarem tanto dessa forma fixa e antiquada, o amor esteja sendo cada vez mais banalizado. Pode parecer antagônico, mas no fundo, faz sentido. Muitos contrários a esse pensamento passam a ser radicais e exageram na sua simplicidade para amar. Também sou contra esse radicalismo. Tudo necessita de equilíbrio. Nem muito, nem pouco. Nem 8, nem 80. Cada um tem sua forma de amar, seja escondido ou espalhafatoso, meigo ou rude. Como dizem, "os brutos também amam". Não podemos simplesmente julgar a velocidade ou a intensidade dos outros para amar. Não é porque somos de um jeito, que todos devem ser. Temos que respeitar as singularidades de cada um e não universalizar nosso próprio umbigo. Vemos nos filmes histórias incríveis e inspiradoras de romances inexplicáveis e cativantes, que permanecem no nosso pensamento durante dias. Depois, insistimos em voltar para a realidade e atestar que essas coisas só acontecem em histórias, afinal, são filmes. Mas, de onde é que os diretores, escritores e contadores de histórias tiveram inspiração para criar seus contos e filmes ? De romances reais, claro. Talvez eles tenham acrescentado uma pitada de fantasia, mas, essas coisas que achamos impossíveis, existem. É porque às vezes pensamos que o que não acontece conosco, pode não existir. Eu acredito que histórias de amor podem se construir em finais de semana, que o amor da sua vida pode estar atrás de você na fila da padaria, mas estamos ocupados demais com nossas "realidades", que esquecemos que viver também é sonhar. E sonhar não significa pensar no inalcançável. Sonhar é pensar alto, expressar desejos, vontades, nada de impossibilidades. Afinal, tudo é possível, o impossível só deve demorar uns 20 minutos a mais para ser conquistado.

Choices.

Quando problemas aparecem e coisas ruins acontecem, o que a maioria das pessoas faz é desistir. Ao meu ver, desistir é tão primário, comum, pequeno. Desistir é falta de esperança, fim de auto-confiança, é o sinal de que não há mais perseverança naquele que o faz. Muitas vezes, desistir é sinônimo de fraqueza. Mas existem aqueles momentos, em que não vemos outra alternativa a não ser jogar pra cima, deixar de lado, esquecer.. de fato, desistir. Mas nunca pensamos: desistir pra que ? Será que valem realmente a pena, todas as nossas desistências ? Algumas simples não fazem diferença nas nossas vidas. Mas e as grandes decisões ? E as mudanças, que podem ser bruscas ? Qualquer alteração na nossa vida nos causa impacto e uma desistência pode nos afetar ainda mais. A lei de Murphy diz que tudo que está ruim vai piorar. Eu não concordo totalmente. 50% de otimismo e 50% de pessimismo, por favor. Só saberemos o fim, se arriscarmos. Continuar pode ser difícil, árduo, mas escolher sempre o mais fácil é comodismo. Talvez o caminho das realizações seja aquele que mais passamos por sofrimentos. A recompensa é sempre proporcional ao esforço, por mais que nem sempre vejamos essa equivalência. O otimismo é mais complicado de ser mantido, a perseverança é conquistada aos poucos, a paciência é o dom que todos devemos ter. Desistir não deve ser a primeira opção. Tudo tem seu lado bom, é como uma bateria, há o pólo positivo e o negativo. Antes de tudo, deve-se colocar os fatos na balança e descobrir qual pólo pesa mais, e enfim, a partir daí decidir se é ou não passível de desistência. Mas tudo deve ser pensado até os mínimos detalhes, não podemos nos acomodar e tomar nossas decisões baseado no que aparentemente é melhor. Temos que ver o que é realmente bom pra nós. Seguir em frente pode parecer pior à primeira vista, mas e depois ? Posteriormente, podemos nos arrepender de certas escolhas. Mas é bom pensar que é melhor arriscar do que depois ficar confabulando como poderia ter acontecido se você tivesse tomado outra decisão. Como diria Jhonny Walker, keep walking.

The grass of neighbor.

Tentamos adivinhar o que se passa no pensamento dos outros e esquecemos de focalizar aquilo que se passa no nosso próprio pensamento. Chega a ser até engraçada a maneira como agimos ao esperar uma reação, uma resposta, um pronunciamento. Nos importamos demasiadamente com a opinião alheia, damos extrema atenção à vida dos outros e às vezes esquecemos do que é nosso. Muita gente consegue deixar a vida e a opinião sobre si mesmo em segundo plano. Talvez isso aconteça, porque temos medo do que possamos enxergar ao olhar pra dentro de nós. Como dizem, "a grama do vizinho é sempre mais verde", só que o que nunca atinge nossa percepção é pensar que talvez a nossa grama seja mais verde do que a do vizinho. Essa grama passa a se desbotar, quando damos importância a coisas inúteis, futilidades, sentimentos ruins. A vida exige preferências, listas de prioridades. Se damos prioridade ao pensamento dos "vizinhos", como cuidar da nossa grama para que ela seja exuberante ? Administrar um jardim não é nada fácil, requer inúmeros cuidados, atenção, dedicação, determinação, perseverança.. enfim. Com a vida, é a mesma coisa. Pensamos que certas coisas só acontecem conosco, que a culpa de tudo é nossa, que fazemos tudo errado, e mostramos aos outros uma imagem equivocada daquilo que podemos ser. Se olharmos bem, a vida dos outros é apenas uma vitrine. Todos gostam de expor aquilo que tem de melhor, ou o que queriam ter de melhor, mas, se você entrar na loja, nem tudo são flores. Todos temos dificuldades na vida, só não podemos nos deixar abater. Seguindo na clichê sequência, temos que cultivar o nosso jardim, para que borboletas venham até ele. Não adianta olhar para os outros e pensar que eles tem ou são tudo o que queríamos. Tem-se que correr atrás, buscar a felicidade. Sentar e esperar não nos traz nada, apenas confirma a lei da inércia. Esforços são necessários para termos a certeza de que posteriormente tenhamos sucesso e alcancemos os objetivos. Afinal, se existe o ônus, tem que existir um bônus.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Troubles.

Às vezes eu sinto a necessidade de me desligar de tudo e respirar fundo. Apenas respirar, sentir o ar entrando e saindo, vagarosamente, acompanhando a lentidão do pensamento que se processa, até voltar ao normal. Normal, que em alguns momentos se torna anormal e nos faz querer estar longe dos inúmeros problemas que nos acometem diariamente. Mas de vez em quando, não precisamos ter problemas para querer estar longe. Podemos ter tudo o que queremos, mas isso nem sempre é sinônimo de felicidade. Algumas vezes consigo achar até que pedimos certos problemas, para que, no final, tenhamos o gosto de alcançar o objetivo após ter perseverado e superado os obstáculos que se mantiveram à nossa frente. É como correr uma maratona: é sempre mais legal, quando o vencedor, antes de finalizar a corrida e atingir a almejada linha de chegada, tenha sentido dores, cansaço, limitações, para que no final, ele possa se orgulhar de si mesmo ao ver que conseguiu. Satisfação. É um dos requisitos para ser feliz, na minha opinião. Ao trazer essa analogia para a realidade, infelizmente vejo que não é tão simples. Quando pensamos em problemas passados, a metáfora se encaixa perfeitamente e o orgulho logo se manifesta. Mas, e os problemas atuais ? Em que fase da corrida estamos ? A parte da dor, do cansaço e das limitações parece não ter fim. Sabemos que irá passar, que mesmo que não termine bem ou exatamente como queríamos, vai passar. Mas até quando a dor vai perdurar ? Eu não posso responder a essa pergunta. Não posso porque não sei a resposta, e se eu soubesse, eu não teria problemas. Infelizmente, ou felizmente, a depender do ponto de vista, eu estou cheia deles. No fundo, nós crescemos aprendendo a nos desvencilhar dos problemas e a ausência deles nos incomoda. Pode parecer meio cético, sarcástico, ou qualquer outro nome que se dê a isso, mas pra mim, quem não tem problemas, no final das contas, não consegue ser feliz.